quinta-feira, 25 abr 2024

As inaceitáveis perdas na colheita da soja

As inaceitáveis perdas na colheita da soja

18 janeiro – 2019 | 6:06

Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja.

Não pode haver nada mais frustrante para um agricultor do que conduzir uma lavoura rigorosamente dentro dos melhores padrões de qualidade e depois perder parte da produção na colheita, a última fase do processo produtivo, por causa de desajustes nas colhedoras. Perdas iguais a zero não existem, o que existe é a possibilidade de minimizá-las.

Segundo levantamentos realizados pela Embrapa Soja, utilizando um kit de perdas na colheita desenvolvido pela Unidade, a perda média de grãos de soja no processo de colheita no Brasil foi estimado em 2 sc/ha, mas já foi maior. Este montante, multiplicado pelos 36 milhões de hectares cultivados com soja na presente safra (2018), correspondem a cerca de R$ 4,3 bilhões por ano, com a saca valendo R$ 60. O tolerável, segundo a Embrapa, seria de até 1 sc/ha. Mas tem produtor perdendo menos: até 0,25 sc/ha.

Segundo levantamento realizado pelo Rally da Colheita, promovido pela Associação de Plantio Direto do Vale do Paranapanema, em 60 propriedades de 17 municípios da região, as perdas na colheita da soja, safra 2017/18, variou desde 0,9 sc/ha até 4,5 sc/ha; média de 1,95 sc/ha. Das propriedades avaliadas, 61% apresentaram perdas superiores ao montante considerado tolerável: 1 sc/ha.

Cerca de 80% das perdas na colheita estão relacionadas à falta de ajustes nos mecanismos das colhedoras e na velocidade de deslocamento das mesmas. Também contribuem para as perdas, a alta infestação de plantas daninhas, o relevo e desnivelamento do terreno e o acamamento das plantas. A velocidade recomendada para a colheita é de 4 a 6,5 km/h, dependendo da largura da plataforma de corte, condições do terreno e topografia. Velocidades maiores são imprimidas pelos operadores por causa da pressa do produtor em colher a soja para semear o milho safrinha, pois aumenta o potencial produtivo deste, embora esteja consciente de que desperdiça grãos de soja.

Copo medidor para monitoramento das perdas na colheita da soja

Para minimizar as perdas na colheita da soja, seria desejável que a mesma fosse colhida logo após o atingimento do ponto de colheita, quando os grãos atingem um teor médio de umidade entre 13% e 15%, a partir de quando a probabilidade e perdas aumenta a cada dia, induzindo o produtor a iniciar a colheita com umidades superiores a 15%.

Para quantificar os grãos perdidos na colheita de soja, a Embrapa desenvolveu o método do copo medidor de perdas. Através desta metodologia são estimadas as perdas via coleta dos grãos deixados sobre o solo em áreas de 2,0 m², amostradas aleatoriamente em diversos locais da lavoura após a passagem da colhedora. Os grãos coletados são colocados no copo medidor, que por meio de leitura direta indica o volume de perdas em sc/ha. A tecnologia do copo medidor de perdas permite avaliar o processo de colheita, e assim fazer ajustes sempre que as perdas forem superiores ao tolerado.

Reduzir as perdas é uma ótima maneira de ganhar mais dinheiro, sem produzir ou gastar mais.

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