Medida punitiva, que entrou em vigor nesta quarta-feira, acirra o cenário comercial internacional e coloca a Índia entre os países com as mais altas taxas cobradas pelos Estados Unidos.
Em uma escalada de pressão na economia global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu sua ameaça e oficializou nesta quarta-feira (27) a duplicação das tarifas sobre produtos importados da Índia, que agora chegam a 50%. A medida é uma retaliação direta pela contínua compra de petróleo da Rússia por parte do governo indiano.
Segundo a Casa Branca, a decisão tem como objetivo punir Nova Délhi por, indiretamente, ajudar a financiar a máquina de guerra russa no conflito com a Ucrânia. A Índia, ao lado da China, tornou-se um dos maiores compradores do petróleo russo, aproveitando os preços mais baixos oferecidos por Moscou desde o início das sanções ocidentais.
Com a nova alíquota, a Índia, quinta maior economia do mundo, passa a ter uma das barreiras comerciais mais elevadas impostas pelos EUA, em um patamar semelhante ao aplicado a alguns setores no Brasil. A medida gerou reações imediatas, com o mercado de ações indiano registrando queda e exportadores locais expressando preocupação com a provável perda de competitividade e empregos.
Para o cenário de Mato Grosso do Sul, um estado com forte vocação para o agronegócio e atento às flutuações do comércio internacional, a instabilidade gerada por disputas entre gigantes como EUA e Índia é um ponto de atenção. Mudanças nas políticas tarifárias globais podem impactar indiretamente os preços de commodities e as relações comerciais em todo o mundo. Especialistas analisam o movimento de Trump como um arriscado “tiro pela culatra”, que pode estremecer as relações com um importante aliado estratégico na Ásia.







