Rubro-Negro Supera Palmeiras em Lima, Alcança Recorde Nacional e Celebra Geração Vencedora
O Clube de Regatas do Flamengo gravou seu nome na história do futebol brasileiro neste sábado (29), ao conquistar o inédito tetracampeonato da CONMEBOL Libertadores. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras no Estádio Monumental de U, em Lima, no Peru, o Rubro-Negro não apenas levantou a taça, mas também se tornou o clube brasileiro com o maior número de títulos do torneio continental.
Este feito encerra um período de mais de uma década sem um líder isolado no ranking de campeões brasileiros da Libertadores. Desde 2011, quando o Santos se igualou ao São Paulo como tricampeão, o posto era compartilhado. Agora, o Flamengo assume a liderança isolada, consolidando sua hegemonia recente no cenário sul-americano.
A conquista teve um sabor especial de revanche para a Nação Rubro-Negra. A final de 2021, perdida para o próprio Palmeiras no Estádio Centenário, em Montevidéu, ainda estava fresca na memória. Naquela ocasião, um erro de Andreas Pereira, então no time carioca, foi decisivo. Curiosamente, o volante esteve presente nesta final, mas defendendo as cores do Verdão, com uma atuação discreta.
Este título é o ápice de uma geração de ouro no Flamengo, que acumula impressionantes 16 taças desde 2019, incluindo três Libertadores (2019, 2022 e a atual). Peças fundamentais dessa era, o meia Giorgian de Arrascaeta, eleito o craque desta edição, e o atacante Bruno Henrique, estiveram presentes em todas as conquistas continentais, tornando-se os jogadores mais vezes campeões pelo clube.
Ainda há mais glórias à vista para o Flamengo. Na próxima quarta-feira (2), a equipe pode adicionar mais um troféu à sua galeria. Uma vitória sobre o Ceará no Maracanã, às 21h30 (horário de Brasília), garantirá o título do Brasileirão com uma rodada de antecedência, coroando uma temporada espetacular.
Para Arrascaeta e Bruno Henrique, a festa em Lima não é novidade. Ambos já haviam erguido a taça da Libertadores no mesmo Estádio Monumental em 2019, na histórica final contra o River Plate, a primeira em jogo único. O atual técnico Filipe Luís, que se tornou o nono a vencer o torneio como jogador e treinador, e o auxiliar Rodrigo Caio, também estavam em campo naquela decisão, sob o comando de Jorge Jesus.
O pontapé inicial da decisão foi atrasado em 15 minutos devido a problemas no trânsito de Lima, que dificultaram a chegada do ônibus do Palmeiras ao estádio. Enquanto o técnico Abel Ferreira manteve a base alviverde, o Flamengo apresentou uma novidade no ataque, com Samuel Lino ganhando a disputa pela vaga de titular contra Everton Cebolinha.
Com a bola rolando, o Flamengo impôs seu ritmo desde o início, pressionando o Palmeiras e buscando o campo de ataque. As primeiras chances rubro-negras surgiram aos 14 minutos, com Bruno Henrique finalizando por cima após lançamento de Varela, e logo em seguida, Samuel Lino, que bateu cruzado, assustando o goleiro Carlos Miguel.
A primeira etapa foi marcada por muita intensidade e faltas, com quatro cartões amarelos distribuídos antes dos 40 minutos. Um lance polêmico envolveu o volante Erick Pulgar, do Flamengo, que recebeu amarelo após acertar a canela de Bruno Fuchs, gerando intensas reclamações do Palmeiras, que pedia a expulsão do chileno.
Apesar da pressão inicial do Flamengo, o Palmeiras ajustou sua marcação e começou a equilibrar as ações, embora sem grande efetividade ofensiva. A melhor oportunidade alviverde no primeiro tempo veio aos 20 minutos, com um cabeceio de Vitor Roque após cruzamento de Khellven, que passou rente ao travessão.
O segundo tempo começou com as equipes buscando mais intensidade e finalizações. O Flamengo manteve a iniciativa e, desta vez, foi recompensado. Aos 21 minutos, após cobrança de escanteio de Arrascaeta, o zagueiro Danilo subiu sozinho e cabeceou para o fundo das redes, abrindo o placar. Curiosamente, 14 anos após marcar o gol do título do Santos contra o Peñarol, Danilo voltou a ser decisivo em uma final de Libertadores.
Em desvantagem, o Palmeiras se lançou ao ataque em busca do empate. Aos 43 minutos, Vitor Roque teve a melhor chance alviverde, concluindo na pequena área após um bate-rebate, mas a bola desviou em Danilo e saiu pela linha de fundo, frustrando a torcida palmeirense.
A entrada de Everton Cebolinha, que havia perdido a vaga de titular para Samuel Lino, foi crucial para o Flamengo. O atacante conseguiu aliviar a pressão sofrida após o gol, puxando contra-ataques e mantendo a posse de bola longe da defesa rubro-negra nos minutos finais.
Nos acréscimos, Cebolinha ainda protagonizou uma jogada perigosa, sofrendo uma falta na entrada da área. Na cobrança, a bola rasteira desviou no goleiro Carlos Miguel e bateu na trave, por pouco não ampliando o placar. Mas o “quase” não fez falta. O apito final selou a vitória e fez explodir a festa rubro-negra em Lima, ecoando por todo o Rio de Janeiro e em diversos cantos do Brasil, repetindo a euforia de 2019.






