terça-feira, 30 abr 2024

Volta às aulas: nove crianças relatam abusos sexuais durante a pandemia em 10 dias de retorno presencial

Volta às aulas: nove crianças relatam abusos sexuais durante a pandemia em 10 dias de retorno presencial

07 agosto – 2021 | 10:10
Os casos foram registrados em Campo Grande e uma das vítimas, de 13 anos, está grávida, de acordo com a secretaria municipal de Educação.

Em apenas 10 dias da volta às aulas na Rede Municipal de Ensino em Campo Grande, nove crianças e adolescentes relataram casos de abuso sexual durante a pandemia. A superintendente de Gestão e Normas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Alelis Izabel de Oliveira Gomes, disse que todas as vítimas são meninas, com idades entre 6 e 13 anos.

“A mais velha está grávida. Segundo a família, foi uma relação com consentimento, mas ela é menor e está grávida. Nós estamos tratando esses casos e enviando os devidos encaminhamentos para o conselho tutelar. Se a família for conivente com a situação, devem tomar as devidas providências”, detalhou Alelis.

Seis crianças relataram aos profissionais da educação terem sido vítimas de abuso sexual durante a pandemia dentro de casa. O número que cresceu de uma semana para outra traz preocupação aos professores, educadores e gestores de ensino na capital.

Alelis reforça que os professores estão atentos a qualquer sinal demostrado pelos alunos. A superintendente destaca que os casos foram registrados dentro das casas das vítimas e por pessoas próximas.

“Nós estamos observando com carinho para saber o que está acontecendo. Não é normal a criança chorar ou relutar para voltar para casa e ficar longe do professor para não receber o toque. A luz amarela está acessa”, pontuou Alelis.

Acompanhamento pelo Conselho Tutelar

Dos nove casos, a superintendente explica que apenas dois não foram encaminhados ao Conselho Tutelar. Segundo a Semed, o caso de uma menina de 6 anos já vinha sido acompanhado pelo conselho e de uma outra vítima, de 11 anos, que aconteceu em outra cidade, que foi encaminhado à Defensoria Pública.

Os nove casos aconteceram em três regiões da capital: Prosa, Segredo e Imbirussu. A reportagem entrou em contato com a coordenadora do Imbirussu, que disse que teve um único atendimento no segundo dia de aula, em que a criança procurou a diretora da escola. O conselho das regiões do Prosa e Segredo disse que não recebeu nenhuma denúncia.

Polícia

Desde o retorno das aulas presencias na rede de ensino municipal, a Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEPCA) registrou 41 ocorrências, onde as vítimas são crianças ou adolescentes.

A delegada responsável pela DEPCA, Fernanda Félix, não descarta uma possível subnotificação no número de casos.

“Esse convívio exacerbado, com as crianças ficando cada vez em casa e os autores, na maioria das vezes, são aqueles que estão dentro da casa, tenham ocasionado mais crimes contra as crianças e adolescentes”, explicou Fernanda Félix.

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