sexta-feira, 26 abr 2024

Assistentes inclusivas antigas lamentam deixar escolas em Campo Grande

Assistentes inclusivas antigas lamentam deixar escolas em Campo Grande

08 maio – 2023 | 7:07

Profissionais com experiência reclamam do processo seletivo, que deu prioridade para novatos com curso superior.

Assistentes educacionais inclusivas da rede municipal de Campo Grande se indignaram com o fim dos contratos em 31 de maio e lamentam sair das escolas após anos de serviços contratados. A mudança teve início na semana passada e já houveram algumas trocas em unidades educacionais da Reme.

Elas se queixam que estão há anos trabalhando com educação inclusiva e que tiveram pontuação baixa no processo seletivo realizado pela Prefeitura de Campo Grande. Segundo as reclamantes, o fato de pessoas com graduação e pós-graduação participarem do processo seletivo de nível médio fez com que suas notas ficassem bem abaixo.

“Nossa reclamação primeiramente é que fizeram um processo seletivo de nível médio e pontuaram quem tem graduação e pós. E nós, que já estamos na área ha quase 4 anos, fomos com uma pontuação baixíssima e ainda não fomos chamadas para renovar o contrato e ninguém nos dá uma posição de nada”, disse uma assistente que preferiu não se identificar por medo de represálias.

A funcionária reclama de mudanças na renovação contratual.

“Na gestão anterior, nosso contrato era renovado automaticamente. Só fazíamos o processo seletivo por mera formalidade”, afirmou a funcionária de uma escola da região do Lagoa.

A prefeitura informou que as trocas são definitivas e que vai respeitar a pontuação do processo seletivo.

As profissionais também contestam que as substituições ocorreram porque muitos contratados não queriam continuar no cargo.

“Trabalho em uma equipe de educação especial e todas nós ficamos indignadas com a fala da prefeita Adriane Lopes”, criticou outra assistente da região do Tijuca.

Segundo ela, no lugar, trabalham cerca de 20 assistentes e todas terão contratos encerrados ao fim do mês.

“Estamos indignadas e preocupadas pelo fato da nossa finalização de contrato. Nas gestões anteriores, nossos contratos eram renovados e quem quisesse permanecer ficava. O que não foi feito agora. Eles realizaram um processo seletivo nível médio com normal médio de critério. Porém, nesse processo, eles colocam pontuação muito acima para ensino superior.”

Experiência

Apesar de terem ficado com menores notas no processo seletivo, as assistentes dizem que tem mais experiência do que as novas contratadas.

Elas destacam que estão há muito tempo trabalhando com educação inclusiva, que gostam do trabalho e que lamentam a falta de renovação dos contratos.

“Disseram ‘tanto tempo como assistente e não fizeram um curso superior’. Mas, trabalhos 40 horas realizando funções de um pedagogo e muitas dessas meninas são mães sem uma rede de apoio. Qual seria o tempo que uma mãe de família teria para realizar essa tal função? Até porque para trabalhar e estudar teria que ser uma formação paga”.

“Estou na educação especial desde do ano de 2019. Aprendemos a trabalhar, pois temos muitas atribuições burocráticas como os instrumentos pedagógicos. Pegamos amor na nossa profissão. E agora estou me sentindo como uma peça de xadrez. Fizemos o processo seletivo com tempo de trabalho, certificado das formações pedagógicas na área, mais o certificado do normal médio e a pontuação foi muito baixa, pois priorizaram o certificado de curso superiores e graduações e pós.”

“Quando abrir o processo seletivo para 2019, a minha pontuação foi 222 e hoje possui certificados, 5 anos de trabalho e consegui 931 pontos. Olha quantas pessoas estão na nossa frente. Até agora chamaram 250 pessoas. Corremos risco de chegar o final do ano desempregadas.”

O que diz a Semed?

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informa que a lotação de profissionais para atender os alunos da educação especial, é realizada por meio de processo seletivo, com validade de um ano, podendo ser prorrogado por igual período.

Para atender aos alunos da educação em 2023, fez-se necessário a realização de novo processo seletivo ao final de 2022, porém o quantitativo de profissionais aprovados, não atendeu a demanda de alunos. E, no início do ano letivo de 2023, para que os alunos não tivessem prejuízo no atendimento pedagógico, optou-se por prorrogar a convocação dos professores que atuaram em 2022, por 90 dias, tempo em que foi realizado novo processo, com a formação de banco de candidatos classificados e aptos a assumirem a função.

Sendo assim, os candidatos convocados iniciaram suas atividades nas unidades escolares a partir de 02/05/2023. Ressaltamos que esses profissionais possuem pós-graduação em educação especial, e a lotação ocorre por meio da chamada que segue a classificação, podendo ser constatado e acompanhado pelo site da Semed.

O processo seletivo atende as orientações do Ministério Público e do Tribunal de Contas, no intuito de dar transparência, impessoalidade, moralidade, legalidade, publicidade e eficiência na convocação desses profissionais. Os profissionais especializados (Apes) continuam sendo chamados conforme  a lista de classificação, e de acordo com a demanda das unidades escolares.

 

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