Estudo da CEMTEC aponta volumes de precipitação contrastantes no estado, com destaque para municípios que superaram a média e outros ainda em déficit
Um levantamento da CEMTEC, publicado em 18 de novembro de 2025, revela que os acumulados de chuva entre os dias 1 e 15 de novembro no estado de Mato Grosso do Sul foram, em grande parte, abaixo das médias históricas mensais — embora haja exceções pontuais.
Principais achados
Pela análise de três bases de dados — satélite (produto MERGE/INPE), estações meteorológicas da INMET e da SEMADESC, e pluviômetros automáticos da CEMADEN e da ANA — foram observados os seguintes destaques:

- As maiores precipitações, entre 90 mm e 150 mm, concentraram‐se em municípios das regiões centro, sul e sudeste do estado.
- Já nas regiões Pantaneira, norte e nordeste, os volumes se mantiveram baixos, variando entre 0 mm e 60 mm durante o período medido.
- Na comparação com as médias mensais históricas (o que equivale ao mês completo), muitos municípios monitorados ainda registraram valores abaixo das expectativas.
- O município de Bela Vista destacou‐se ao apresentar 210,6 mm acumulados — valor que corresponde a cerca de 31% acima do que seria esperado para o mês inteiro.
- Na capital, Campo Grande, o recorde da estação da UFMS alcançou 181,4 mm, representando 11% acima da média histórica mensal para novembro. Contudo, outras estações na mesma cidade ficaram abaixo da média.
Implicações e atenção
O contraste entre regiões mais chuvosas (centro, sul, sudeste) e áreas que registraram precipitação muito abaixo da média (Pantanal, norte, nordeste) sugere variação importante nas condições de solo, disponibilidade hídrica e risco de seca ou incêndios em algumas áreas.
Poucas chuvas nos primeiros dias do mês podem indicar que a recarga hídrica está comprometida em partes do estado, o que exige monitoramento por órgãos ambientais e de agricultura.
O que observar nos próximos dias
- Se a tendência de chuvas abaixo da média se mantiver, áreas mais secas podem enfrentar aumento de risco de queimada, poeira e impacto para a agricultura.
- Municípios que já acumulam precipitação acima da média — como Bela Vista — podem registrá-las de maneira mais concentrada, o que também pode trazer desafios de escoamento ou alagamentos.
- A heterogeneidade entre as estações em Campo Grande mostra que mesmo dentro de uma mesma cidade os padrões podem variar, reforçando a necessidade de dados localizados para planejamento urbano.


Documento elaborado pela equipe técnica do CEMTEC/SEMADESC
Fonte e imagens: CEMTEC MS







