quinta-feira, 25 abr 2024

Bebê que morreu na Santa Casa aguardou por 30 horas antes de ser atendido

Bebê que morreu na Santa Casa aguardou por 30 horas antes de ser atendido

19 maio – 2023 | 8:08
Bebê de três meses morreu na Santa Casa após esperar 30 horas por atendimento especializado.

De acordo com a mãe da criança, ela estava com manchas roxas por falta de oxigenação, mas suporte respiratório foi colocado depois de quatro horas de internação.

Um bebê de três meses morreu após dar entrada na Santa Casa, em Campo Grande, com um quadro de cardiopatia e ter esperado 30 horas para ser atendido por uma médica especialista. A criança também não recebeu os cuidados necessários nem antes e nem após passar pela cardiologista.

De acordo com o relatado pela mãe da criança  no boletim de ocorrência, o bebê nasceu com uma cardiopatia congênita, mas estava fazendo acompanhamento médico antes de se submeter a uma cirurgia, contudo, já não precisa mais do uso de remédios.

Ainda segundo ela, a vítima começou a passar mal no domingo de manhã, 07 de maio, e foi levada à Santa Casa pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Além disso, o bebê já apresentava marcas roxas pelo corpo por falta de oxigenação no sangue.

Conforme o laudo médico registrado no dia da internação, quando chegou ao hospital já apresentava sinais de falta de consciência, mas recebeu o primeiro atendimento após esperar por quatro horas, quando foi colocado no suporte de oxigenação.

Ainda conforme registrado em boletim de ocorrência, o menino foi levado para a Área Vermelha do hospital, mas foi negado que a mãe o acompanhasse, embora o  direito de ter um acompanhante em todos os setores seja garantido por lei. Após mais de cinco horas, o bebê ainda não tinha sido atendido por uma especialista.

De acordo com a mãe do menino, a demora se deu pelo fato do hospital não contar com um  cardiologista pediátrico. A médica foi chamada para atender o caso apenas na segunda-feira porque, segundo o informado, ela estaria atendendo pacientes em sua clínica particular.

Exames mais específicos como o ecocardiograma só foram realizados às 18h00 da segunda, quando a criança estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O quadro de saúde era estável, mas, conforme o relato da mãe, foi informado que era preciso fazer mais avaliações para uma possível cirurgia de emergência, contudo, nenhuma outra informação foi passada para a responsável pela criança.

O menino, de apenas três meses, faleceu na terça-feira (9), após ter diversas paradas cardíacas e ser ressuscitado pela equipe médica que estava no local, porém, mais uma vez, sem a presença da cardiologista, que foi avaliar a criança apenas às 19h00, neste mesmo dia, quando a criança já estava com pouco tempo de vida.

“A criança morreu à míngua dentro de um hospital de referência em atendimento em crianças cardiopatia. Pois foram omissos e simplesmente deixaram morrer como se não fosse nada”, disse a advogada que representa a mãe da criança.

Ao final, de acordo com as informações passadas para a reportagem, o hospital ainda negou o pedido para realizar autópsia no corpo do bebê, alegando que a equipe médica já sabia a causa da morte. O falecimento foi registrado como uma infecção generalizada que levou à falência dos órgãos.

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

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