O presidente Jair Bolsonaro desobedeceu a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e não compareceu ontem à sede da Polícia Federal para prestar depoimento no inquérito que apura o vazamento de investigação sobre ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ausência de Bolsonaro reabriu a crise entre o Palácio do Planalto e o Supremo. Moraes negou o recurso do presidente para não depor, apresentado na última hora pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A PF concluiu que Bolsonaro cometeu crime de violação de sigilo funcional ao vazar dados de uma diligência em curso. A delegada Denisse Dias Rosa Ribeiro encaminhou relatório a Moraes e afirmou que só não indiciou o presidente porque seria preciso autorização da Corte, uma vez que o chefe do Executivo tem foro (mais informações nesta página).
A AGU sustentou que os documentos não estavam sob sigilo à época em que foram divulgados por Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais, em agosto do ano passado. Na live, o presidente lançou dúvidas sobre credibilidade das urnas eletrônicas, embora o ataque hacker não tivesse relação com isso.
Prazo
O ministro da AGU, Bruno Bianco, chegou a ir à superintendência da PF, no lugar de Bolsonaro. Bianco solicitou que o presidente não fosse ouvido até que o plenário do STF se reunisse para avaliar a decisão de Moraes, mas o magistrado rejeitou o pedido, sob o argumento de que o prazo para esse tipo de questionamento terminou em dezembro. Moraes determinou, ainda, que o depoimento de Bolsonaro seja mantido, mas não especificou nova data.
As informações são da Istoé Dinheiro.







