Decisão chinesa, motivada por caso de gripe aviária no Brasil, abala o comércio bilionário e gera incerteza para o setor avícola nacional.
Uma medida drástica da China, um dos maiores importadores de produtos avícolas do mundo, impacta significativamente o comércio internacional. O país asiático anunciou a proibição de todas as importações de aves e produtos relacionados do Brasil, uma decisão que reconfigura as relações comerciais no setor.
A suspensão, informada pela Administração Geral de Alfândegas chinesa, ocorre após a identificação de um caso de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade) em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 16 de maio. Embora o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tenha isolado a granja e alertado que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, a China optou por uma proibição ampla, interrompendo um comércio avaliado em mais de US$ 1 bilhão.
O Cenário Pós-Suspensão e as Negociações
A medida chinesa ampliou restrições que já haviam sido impostas por outros mercados para o frango brasileiro, como a União Europeia e a Coreia do Sul, que limitaram as suspensões a nível estadual. A decisão da China, no entanto, é mais abrangente, afetando todo o país e todos os produtos relacionados a aves, incluindo carne e resíduos.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, e o setor produtivo, representado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), estão engajados em negociações para reverter ou, ao menos, reduzir o impacto dessas medidas. A expectativa é que a transparência e a agilidade nas ações de controle sanitário possam levar à reabertura do mercado chinês, que é crucial para as exportações avícolas do Brasil.