O número representa taxa de desocupação de 8,9%, a maior para o segundo trimestre desde 2012, primeiro ano da série disponibilizada pelo IBGE. Em 2016, em igual período, o índice estava em 7% e a quantidade de desocupados somava 95 mil pessoas. Neste ano, o incremento foi, assim, de 29,4%. Ou, em termos absolutos, são 28 mil trabalhadores a mais em busca de emprego.
Na terminologia do IBGE, desocupada é a pessoa de 14 anos ou mais que estava sem trabalho na semana da pesquisa, mas que buscava recolocação no mercado. Além dos desocupados, há os que estão fora da força de trabalho, isto é, os que não tomam providência efetiva para conseguir emprego. Essa parcela correspondia a 939 mil sul-mato-grossenses no segundo trimestre deste ano, número também recorde para o período.
Considerando apenas os desocupados, a situação de Mato Grosso do Sul vinha melhorando até 2014, conforme mostra a série histórica da PNAD Contínua. No segundo trimestre de 2012, havia 87 mil pessoas nessa condição. Em 2013, essa parcela caiu para 63 mil e, em 2014, reduziu ainda mais, somando 50 mil trabalhadores.
Retrações – No entanto, desde 2015, a população desocupada em Mato Grosso do Sul tem crescido continuamente. Naquele ano, totalizava 81 mil (alta de 62% sobre mesmo período de 2014). Depois subiu para 95 mil (incremento de 17%) e, em 2017, chegou a 123 mil (avanço de 29%).
Essa quantidade de pessoas desocupadas equivale a 5,83% do total da população com mais de 14 anos em Mato Grosso do Sul, estimada em 2,1 milhão pelo IBGE. Também supera o número total de habitantes de qualquer município do Estado, excetuando-se Campo Grande (863,9 mil) e Dourados (215,4 mil). Corumbá, por exemplo, que é a terceira maior cidade sul-mato-grossense, tem 109,29 mil habitantes.
Empregos fechados – As estatísticas do IBGE acompanham os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Conforme o Caged, Mato Grosso do Sul fechou em 12 meses (encerrados em julho) 2.415 vagas. No período, 239,3 mil pessoas perderam o emprego.
Entre os setores da economia, a situação mais crítica foi a do serviços, que extinguiu 2.906 postos de trabalho. Na sequência, estão construção civil (-503 vagas) e indústria da transformação (-101). O cenário foi amenizado por alguns segmentos, com destaque ao comércio (criação de 697 novos empregos) e agropecuária (495 vagas).