Disparada do petróleo pode elevar gasolina em 25% até o fim do ano

25 setembro – 2018 | 10:10

Os preços da referência global do petróleo, do tipo Brent, saltaram mais de 3%, ficando acima dos 80 dólares por barril. É o maior valor em quatro anos

Devido à política de preços empregada pela Petrobras – de repasses automáticos das oscilações da cotação do petróleo –, consumidores brasileiros podem sofrer com uma alta adicional de 25% no valor da gasolina ainda este ano. Segundo especialistas na commodity, o barril pode chegar a 100 dólares até o fim de 2018. Mantidos os repasses automáticos, isso poderia elevar o preço médio da gasolina para algo próximo de 5,80 reais o litro.

Os preços têm subido no mercado internacional devido à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não aumentar a produção de seus associados. Os valores de referência global do petróleo, do tipo Brent, saltaram mais de 3% nesta segunda-feira, ficando acima de 80 dólares por barril. É o maior valor dos últimos quatro anos.

Por que isso acontece?

Desde julho de 2017, após uma decisão do então presidente da Petrobras, Pedro Parente, a estatal começou a fazer reajustes diários nos preços dos combustíveis. Com a depreciação do real frente ao dólar e a recuperação do petróleo no mercado internacional, a gasolina e o diesel encareceram. A principal reação a isso foi a greve dos caminhoneiros, no fim de maio deste ano.

O governo, para abafar a greve, mudou a política para o diesel, criou a tabela de frete e adicionou gatilhos que podem fazer ajustes na tabela toda vez que o principal combustível dos caminhões subir mais do que 10%. Mas, para a gasolina, pouca coisa mudou. A Petrobras continuou a repassar as variações da commodity para as refinarias.

“Desde Getúlio, o Brasil faz um esforço colossal para ser autossuficiente em petróleo. E por que foi feita essa política de Estado? Justamente porque você pode amenizar os efeitos da oscilação dos preços do petróleo no mercado internacional”, afirma o consultor Jean-Paul Prates, do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne). “Não sou a favor do controle de preços, como era feito no passado. Essas oscilações são contornáveis pelo país”, conclui.

E o etanol?

Uma das formas de controlar o preço da gasolina é adicionar etanol em sua composição. Atualmente, a gasolina tipo C, que é a vendida nos postos regulares, já leva 27% de álcool.

“O aumento da taxa de etanol na gasolina atende a dois interesses: um é em razão da disponibilidade do álcool. O segundo é para segurar o preço da gasolina. Mas há uma limitação técnica”, afirma André Crisafulli, presidente da consultoria Andrade & Canellas.

A última vez que ampliou-se o porcentual de etanol na gasolina foi em junho de 2015, quando Dilma Rousseff ainda era presidente. À época, o governo aumentou de 25% para 27% o limite de etanol na mistura.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 24, pela Agência Nacional do Petróleo, o preço médio do etanol representa cerca de 61% do valor da gasolina nos postos de combustíveis.

Fonte: veja.abril.com.br

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