Economia

Dólar salta mais de 2% e encosta em R$ 5,50 após nova ofensiva fiscal do governo

Redação
10 outubro – 2025 | 16:16

Mercado reage a incertezas sobre como fechar o rombo nas contas; Bolsa cai e juros futuros sobem em ajuste de prêmio de risco.

O dólar disparou nesta sexta-feira (10) e subiu mais de 2%, negociado ao redor de R$ 5,50, no maior nível em semanas. A alta ocorre em meio à leitura de que o governo prepara novas medidas para conter o buraco fiscal, depois de a Câmara enterrar a MP alternativa ao aumento do IOF, reacendendo dúvidas sobre a recomposição de receitas.

Na Bolsa, o Ibovespa cedeu e fechou em queda, refletindo a cautela dos investidores com o quadro doméstico e a piora do apetite a risco. Profissionais de mesa apontam que, além do risco fiscal, o movimento foi turbinado por ruídos externos — como novas ameaças de tarifas comerciais no cenário internacional — o que elevou a busca por proteção em dólar.

No intraday, a moeda americana chegou a avançar cerca de 2,4%, batendo máximas próximas de R$ 5,50/5,51, enquanto o índice DXY recuava no exterior — um sinal de que a pressão no câmbio brasileiro foi majoritariamente doméstica. Operadores relatam compra defensiva e ajuste de posições à espera de sinalizações claras da equipe econômica.

O pano de fundo é a necessidade de fechar o quadro de 2025/2026 após a perda de validade da MP que substituía a alta do IOF. Entre as cartas na mesa estão cortes de despesas e novas medidas de arrecadação, cuja formatação e cronograma ainda geram incerteza. Casas de análise falam em déficit maior sem compensações rápidas, o que pressiona o câmbio e os juros futuros.

Por que importa

  • Fiscal em foco: sem definição de receitas, o prêmio de risco cresce e a taxa de câmbio sobe.
  • Canais de transmissão: dólar forte encarece importados, pode reacender inflação e dificultar cortes de juros.
  • Próximos passos: o mercado espera anúncios concretos sobre ajuste e cronograma de medidas para estabilizar as expectativas.

Em resumo, o movimento do câmbio hoje foi um voto de desconfiança sobre a capacidade de execução do ajuste fiscal no curto prazo. Sinais firmes sobre como e quando o governo pretende recompor receitas e conter gastos tendem a ser decisivos para acalmar o dólar e reduzir a aversão ao risco nos próximos pregões.

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