A safra 2018/19 de soja no Brasil começará a ser plantada dentro de 8 a 12 semanas, principalmente nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Assim como já estamos alertando há algum tempo, a possibilidade da formação de um El Niño não está consolidada para o próximo verão brasileiro.
Segundo a Agência de Monitoramento Oceânico e Atmosférico dos EUA (NOAA, sigla em inglês), já a partir de setembro, o aquecimento da região do Pacífico-Equatorial em mais de 1º C poderá ocorrer, dando início ao processo de formação do fenômeno El Niño. Caso confirmado, atrasos no período mais intenso do plantio (entre fim de outubro e início de dezembro) serão observados, decorrente da possibilidade de um padrão de chuvas mais escassas na região central do Brasil, onde a maioria da safra da oleaginosa é concentrada.
Contudo, baseado em estudos de campo da equipe ARC, já são estimados uma área cultivada de soja em 2018/19 em 36,78 milhões de hectares, sendo 4,8% superior a área semeada durante a safra 2017/18 – contra a média de 4,71% de expansão de área anual, desde 1987.
Além de possíveis adversidades climáticas que poderão prejudicar o empenho durante o plantio da soja-verão no fim de 2018, a atual política de tabelamento mínimo do frete tem dificultado as entregas de fertilizante para esta próxima safra. Entre março e junho deste ano foram entregues 8,4 milhões de toneladas de fertilizantes ao mercado (dado segundo a ANDA), sendo quase 400 mil toneladas abaixo do mesmo período em 2017.
CONCLUSÃO: Nós da ARC alertamos que para manter qualquer estimativa de expansão de área da soja acima dos 4% para esta próxima safra, precisaremos de uma redefinição da política de tabelamento mínimo do frete, onde a viabilidade da distribuição dos fertilizantes ao mercado seja mantida, sem prejudicar os custos do adubo, que já estão em patamares recordes para a maioria das regiões no interior do Brasil.
Fonte: Canal Rural