Jorge Backes, 43 anos, foi condenado a 22 anos de prisão, em regime fechado, por matar a mulher, Lucimar Luiza da Conceição Lima, 36, na frente do filho da vítima. Feminicídio aconteceu em 2015, em Maracaju, e julgamento foi realizado ontem na 1ª Vara Cível e Criminal do município.
Coforme a denúncia, no dia 29 de maio de 2015, a mulher foi com o filho até a fazenda São Gerônimo para pegar alguns de seus pertences, já que estava se separando do acusado. Ao entrarem na casa, ela informou Backes que o deixaria e solicitou apoio do filho para desmontar um roupeiro que estava no quarto.
Quando retornou para a sala, Lucimar foi surpreendida pelo acusado, que segurava uma espingarda calibre .22 e efetuou vários disparos contra ela. Vítima caiu em frente a porta do quarto onde o filho estava e acusado chegou a apontar a arma na direção do rapaz, mas voltou a atirar na mulher caída ao solo.
Conforme os autos do processo, arma tem capacidade para 10 munições, mas foram encontradas mais de 20 perfurações no corpo da vítima, o que demonstra que ele recuarregou a espingarda e continuou os disparos. Após o crime, acusado fugiu.
Em depoimento, Backes alegou que os disparos ocorreram por acidente, e razão da vítima ter avançado sobre ele quando o viu com a arma nas mãos.
Na decisão, juiz Marco Antonio Montagnana Morais afirma que as circunstâncias do crime são negativas, porque o delito foi praticado na presença de um dos filhos da vítima, “que decerto carregará um trauma incontornável para o resto de sua vida”. Além do menino, vítima tinha outros dois filhos pequenos.
Jorge foi condenado por homicídio qualificado contra mulher por razões da condição do sexo feminino (feminicídio). Segundo o Tribunal de Justiça, este é o primeiro caso de feminicídio julgado na comarca de Maracaju.