O acesso à internet nos domicílios voltou a crescer no Brasil, totalizando 42,1 milhões de lares conectados em 2017 (61% das residências). Nas áreas urbanas, essa proporção é de 65%, o que corresponde a 38,8 milhões de residências conectadas.
Os dados são da pesquisa TIC Domicílios 2017, divulgada nesta terça-feira (24) pelo Comitê Gestor da internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
19% dos domicílios conectados não possuem computador, o que representa 13,4 milhões de residências
O estudo aponta ainda que as desigualdades por classe socioeconômica e por áreas urbanas e rurais persistem: o acesso à internet está presente em 30% dos domicílios de classe D/E (proporção era de 23% em 2016) e 34% das residências da área rural (em 2016, era 26%).
Já nas classes A e B, as proporções atingem, respectivamente, 99% e 93%. Além disso, 19% dos domicílios conectados não possuem computador, o que representa 13,4 milhões de residências. Essa proporção era de apenas 4% em 2014.
Doendo no bolso
O acesso móvel continua sendo mais utilizado do que o fixo por domicílios de classes D/E
Segundo o estudo, o preço da conexão permanece como principal motivo mencionado para a ausência de internet nos domicílios: 27% dos entrevistados afirmam que o serviço é caro. “O dado revela ser cada vez mais essencial o investimento em infraestrutura e em políticas públicas que possibilitem que todos os brasileiros possam ter acesso à internet em suas casas, sem distinção de classe social ou região geográfica”, pontua Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
No que diz respeito ao principal tipo de conexão, a TIC Domicílios 2017 registrou estabilidade em relação ao ano anterior, seja por residência conectada por banda larga fixa (64%) ou móvel 3G ou 4G (25%). O acesso móvel, no entanto, continua sendo mais utilizado do que o fixo por domicílios de classes D/E (48%).
Usuários de internet
A proporção de usuários de internet no Brasil cresceu seis pontos percentuais, passando de 61% (2016) para 67% (2017). Em números absolutos, 120,7 milhões de brasileiros acessam a rede, sendo que nas áreas urbanas essa proporção é de 71%. Ainda de acordo com a pesquisa, 87% deles usam a internet todos os dias ou quase todos os dias.
Observou-se ainda um crescimento da televisão, utilizada por 22% dos usuários para conectar-se à internet
Já em relação ao dispositivo para acesso individual, mais uma vez a pesquisa aponta a preferência pelo celular, utilizado por quase a totalidade dos usuários (96%). Observou-se ainda um crescimento da televisão, utilizada por 22% dos usuários para conectar-se à internet. Essa proporção em 2014 era de 7%.
Dispositivo mais utilizado
A pesquisa TIC Domicílios 2017 aponta que metade da população conectada acessa a internet exclusivamente pelo telefone celular, o que representa 58,7 milhões de brasileiros. Pela primeira vez na série histórica, o estudo mostra que a proporção de usuários que acessam a rede apenas pelo celular (49%) superou a daqueles que combinam celular e computador (47%).
33 milhões de usuários com renda mensal de até dois salários mínimos utilizam a internet exclusivamente pelo celular
O perfil de uso exclusivo pelo celular é mais comum entre os usuários de classe D/E (80%) e de áreas rurais (72%). Isto reflete uma realidade em que os cidadãos de baixa renda não possuem múltiplos dispositivos de acesso à internet como acontece no caso das classes A e B. Esse perfil também é superior entre as mulheres (53%) em relação aos homens (45%).
“No Brasil, 33 milhões de usuários com renda mensal de até dois salários mínimos utilizam a internet exclusivamente pelo celular, enquanto o uso simultâneo incluindo o computador foi realizado por 88% dos usuários da classe A. O fator socioeconômico é preponderante. Aqueles que têm a possibilidade de escolher combinam o uso de mais de um dispositivo para acessar a rede, algo crucial para o desenvolvimento de habilidades digitais, especialmente no cenário de nova economia digital”, pontua Barbosa.
Fonte: Tecmundo