“A regra vale para os dois lados e eles (EUA) terão todo o direito de taxar também. Nós avaliamos essa possibilidade e outras também que poderão ocorrer e não há nada que seja de graça. Vai ter um custo para o Brasil com toda certeza”, disse o ministro. “Pau que bate em Chico, bate em Francisco”, completou. A tarifa aprovada pela Camex incidirá por dois anos para um volume de etanol importado que exceder 600 milhões de litros anualmente, respeitando o limite de 150 milhões de litros por trimestre. A adoção de cotas trimestrais foi necessária porque o limite de 600 milhões de importação de etanol já foi superado em 2017 e a tarifa, caso fosse considerado o ano civil, já incidiria sobre todo o volume comprado a partir da decisão de hoje.
A proposta avaliada hoje foi encaminhada pelo Ministério da Agricultura e Maggi, que sempre defendeu o livre comércio, admitiu que a decisão foi tomada “de coração partido”, mas que a reavaliação na tarifa foi necessária. “Tomo essas decisões com coração partido, porque acho que o mercado tem de andar sozinho, mas você ver um setor morrendo e não fazer nada é muito complicado também.”
Maggi lembrou que a tarifa é temporária e foi adotada “porque de fato há uma enxurrada de oferta” de etanol dos Estados Unidos no Brasil. “Com o preço do milho baixo, e como eles são muito competitivos, se não tomássemos esse cuidado a gente destruiria a indústria nacional do etanol”, afirmou. “Penso que em dois anos tudo volte ao normal. A tarifa cairá e o mercado se posicionará”, concluiu.
Autoria: Estadão Conteúdo