O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, sustentou a criação de um sistema único de segurança para resguardar os mais de 23 mil km de fronteira – MS tem limites internacionais com a Bolívia e o Paraguai por 1.517 km, dos quais 549 km de fronteira seca -, durante as discussões no Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança e Controle das Fronteiras, realizado nesta sexta-feira (28.10), em Rio Branco, Acre.
Ao apoiar a decisão unânime dos governadores pela criação de um Fundo Nacional de Segurança Pública para financiar uma força-tarefa nas fronteiras, Reinaldo Azambuja reafirmou sua preocupação com o aumento do crime organizado nas cidades situadas nas linhas internacionais. A não presença das forças nacionais para reprimir o tráfico de drogas e armas e o contrabando, segundo ele, os estados não vencerão essa guerra.
Integração e inteligência
Segurança na fronteira: Reinaldo Azambuja atento aos debates entre os governadores, gestores do governo federal e Judiciário
“Em quase três anos, investimos mais que os outros governos em segurança pública, reaparelhando e modernizando nossas polícias e colocando mais policiais nas ruas. Contudo, sem a União assumindo seu papel constitucional na fronteira e uma integração com os estados e municípios, será difícil bloquear a entrada de ilícitos no Rio de Janeiro e outros grandes centros”, disse o governador. “Precisamos trabalhar integrados e com inteligência”, ponderou.
Para Reinaldo Azambuja, a criação do fundo é fundamental como instrumento de financiamento das estruturas de segurança pública, porém voltou a cobrar a presença da União no comando de uma ação integrada para combater as facções. “Só avançaremos com a formação de um núcleo central, de competência do governo federal. Enquanto a União empurrar essa responsabilidade aos estados, não conseguimos brindar a fronteira”, cobrou.
Realidade dramática
O encontro na capital acreana foi iniciado às 11h (horário MS), sem a presença do presidente da República, Michel Temer, que cancelou a viagem por problemas de saúde. Governadores de 20 estados e autoridades de todo o país se unem em uma só voz para buscar soluções no combate ao narcotráfico e pela defesa da segurança nacional. Assim como Reinaldo Azambuja, os demais governadores cobraram com veemência uma posição da União quanto ao controle das fronteiras.
“Acho que este encontro seja talvez a última oportunidade para que tenhamos, a partir de então, uma nova postura de segurança pública. Não estamos aqui para eleger culpados, nem corrigir o passado”, declarou Robinson Faria, governador do Rio Grande do Norte. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, reconheceu que a questão do tráfico de drogas, que coloca o Brasil como segundo maior consumidor, “é dramática e precisa ser enfrentada”.
Sílvio Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom) -, com informações da Agência de Notícias do Acre
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