Popularmente conhecida por murta de cheiro ou “dama da noite”, comum em jardins da capital, hospeda o inseto transmissor do greening (HLB), considerada a pior doença da citricultura mundial. A nova lei municipal visa criar um escudo sanitário para manter o estado livre da praga.
Uma nova lei municipal em Campo Grande proibiu o plantio e a comercialização da murta (Murraya paniculata), uma planta ornamental extremamente popular, para criar um escudo de proteção para a crescente indústria de citros de Mato Grosso do Sul. A medida, apoiada pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), é vista como essencial para prevenir a chegada do greening (HLB), a doença mais devastadora para o setor em todo o mundo.
O perigo não está na planta em si, mas no inseto que ela atrai. A murta é a principal hospedeira do psilídeo Diaphorina citri, um pequeno inseto que se contamina com uma bactéria e a transmite para laranjeiras e limoeiros. Uma vez que um pomar é infectado pelo greening, não há cura, e a doença causa deformação, amargor nos frutos e, por fim, a morte das árvores.
A Lei Municipal n. 7.273/2024 veta a produção, o transporte e o plantio de novas mudas de murta na capital e recomenda a substituição gradual das plantas que já existem em jardins e quintais. O objetivo é criar uma zona de exclusão na área urbana para o inseto vetor.
Manter Mato Grosso do Sul como uma “área livre de greening” é um grande diferencial competitivo para os produtores locais, que hoje cultivam 1,2 mil hectares de citros. A proibição em Campo Grande é, portanto, um passo estratégico para proteger esses pomares, garantir a qualidade da produção e a saúde de um setor em plena expansão no estado.
Fotos: Divulgação