Quem está disposto a gastar mais de 400 milhões de euros (cerca de R$ 1,4 bilhão) em duas contratações tem que estar confiante. E Nasser al-Khelaifi, presidente do PSG, transborda confiança, após levar os atacantes Neymar e Kylian Mbappé para o clube. Em todos os aspectos. Em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph”, o dirigente ressaltou que ambos chegaram à equipe para um projeto longo. Muito longo.
– Isso é o que estamos construindo nos últimos seis anos. É algo que temos que destacar. Os ativos que temos hoje, mesmo com Neymar e Mbappé, representam investimentos para os próximos 10 anos. Mbappé tem 18 anos. Ele pode jogar por mais 15 anos. Neymar pode jogar por mais nove, 10 anos. Nós daremos o nosso melhor para manter isso por mais tempo possível – reforçou Nasser.
Após pouco mais de um mês da contratação do brasileiro, Nasser colhe os frutos da chegada da ex-estrela do Barcelona. E enfrenta problemas. Bons problemas. Segundo o dirigente, a demanda de camisas do PSG supera a oferta disponível. As vendas tiveram de produtos do clube aumentaram 10 vezes no dia do anúncio de Neymar e, desde então, as lojas oficiais do time estão com 75% a mais de visitantes.
– Hoje temos um bom problema para resolver: não temos camisas suficientes! Isso é grande para nós. Eu estive nos Estados Unidos na semana passada e vi a camisa do Paris Saint-Germain em todos os lugares. E o mesmo acontece na Ásia, na América Latina, no Oriente Médio – revela o presidente do time francês, que se rende ao brasileiro.
– Neymar é uma estrela internacional. Uma marca internacional. Todo mundo está perguntando ‘o que acontece com a França e com a Liga Francesa? Neymar está jogando no Paris Saint-Germain’.
Ao “Telegraph”, Nasser al-Khelaifi também se mostrou tranquilo sobre a investigação da Uefa sobre as negociações do PSG e deu detalhes sobre as conversas para assinar com Mbappé. Confira:
PRIMEIRO JOGO DE NEYMAR
– A primeira partida do Neymar, em Guingamp, foi transmitida em 183 países. Foi incrível para a França e para a Liga Francesa. É bom também para a Champions League, porque você terá outro clube competindo – e eu não estou dizendo de nenhuma maneira que já estamos lá –, mas é importante ter novos clubes chegando, e clubes com ambição.
O FAIR PLAY FINANCEIRO PREOCUPA?
– Nós trabalhamos duro nos últimos seis anos construindo receitas para o clube e elas aumentaram com a bilheteria, patrocínios, merchandising, direitos de TV de 90 milhões para aproximadamente 500 milhões de euros, carnês de temporada, e com as duas últimas temporadas com lucros. Nós planejamos continuar a aumentar a receita entre 20 e 40%. Temos um ano para atender os critérios do Fair Play Financeiro. Temos até 30 de junho de 2018. Então, eu digo para todo mundo: relaxe e pense no projeto. Nós pensamos em montar um projeto.
PRESSÃO DOS OUTROS CLUBES
– Tem uma pressão de outros clubes (para investigar), mas eu não acho que Uefa será influenciada pela pressão, porque eles são muito profissionais e muito sérios. Pela milésima vez, eu estou muito confiante. Nós respeitamos todos os clubes e esperamos o mesmo em troca. Nós estamos investindo na Liga Francesa e para ser muito competitivo na Champions League. Nós estamos respeitando todas as regras e todos os regulamentos. Hoje, o investimento que fizemos é a longo prazo, e eu tenho certeza que em dois, três anos no máximo, todos dirão ‘olhe o PSG, eles fizeram um excelente trabalho’.
CONCORRÊNCIA POR MBAPPÉ
– Foi muito competitivo, acredite. Alguns clubes ofereceram mais que a gente. Todo grande clube o desejava. Mas explicamos para ele nosso projeto e a ambição do clube e que ele é francês, ele de Paris e ele tinha o clube no coração. Ele queria ficar na França e defender as cores da França na Champions League. Está dentro dele. Ele quer entrar para a história e ele já é a história. Viram as fotos dele quando tinha 10 anos (com a camisa do PSG)? Uma foto não mente. Ele ama o clube e é sonho dele jogar pelo Paris Saint-Germain.
NEGOCIAÇÃO COM FAMÍLIA DE MBAPPÉ
– Nós nos encontramos com ele e a família três vezes por alguns meses e eles não falaram sobre dinheiro em nenhum momento. Isso é incrível. Eu fiquei surpreso. Falamos sobre o projeto duas ou três vezes, e aí você pensa: ‘queremos começar as negociações’, e então eles não estavam preocupados com isso, porque eles apenas queriam falar sobre futebol, qual futuro e o plano para o jogador.
Por GloboEsporte.com, Paris