Análise é feita por especialistas na área; Apesar do cenário, agricultura brasileira ainda pode avançar
Os focos de queimadas registrados até agora na região da Amazônia Legal já passam de 1,8 mil, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Esse número é monitorado pelo sistema de focos ativos do Instituto, que acompanha diariamente a situação onde compreende 9 estados e o chamado bioma Amazônia.
Apesar das queimadas serem consideradas típicas deste período do ano, em razão do tempo seco em boa parte do país e a facilidade para propagação de incêndios, a situação é preocupante pois no acumulado, agosto e setembro já registram o maior número de focos desde 2010.
De janeiro até o início de setembro deste ano, o bioma Amazônia acumula mais de 48 mil focos de queimadas. No mesmo período, em 2018, foram mais de 25 mil, ou seja, o número total de focos quase dobrou desde o início de 2019 em comparação com ano passado.
Esse cenário de queimadas e o consequente desmatamento foi debatido no programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), entre alunos do curso de Desenvolvimento Regional e Agronegócio. Para o professor do curso, Pery Shikida, o desmatamento não é um problema exclusivo do Brasil, e as atenções agora para a tomada de decisões são extremamente importantes. Destacou os avanços para agricultura com uso de áreas ociosas.
“Devemos destacar que o desmatamento não é um problema exclusivo do Brasil, e que as queimadas são características desse período do ano, sobretudo na Amazônia. Embora exista uma discussão sobre as fronteiras agrícolas, a preservação do meio ambiente é importante também para o agronegócio brasileiro. A agricultura pode avançar, sem aumentar o desmatamento, utilizando as áreas que se encontram ociosas”, explica o professor.
Exportações agro
Também vale ressaltar que as queimadas podem causar impactos negativos nas exportações agropecuárias, segundo o professor Pery, por meio de retaliações internacionais, “o que pressionará produtores rurais e o governo na preservação ambiental. Além disso, medidas governamentais são importantes, de modo que integrem estratégias de políticas ambientais, socioeconômicas e desenvolvimentistas”, apontou.