sexta-feira, 19 abr 2024

Relatora propõe conduta única em caso de efeitos adversos nos testes para vacinas contra Covid

Relatora propõe conduta única em caso de efeitos adversos nos testes para vacinas contra Covid

18 novembro – 2020 | 12:12

A relatora da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha a pandemia de Covid-19 no país quer que o colegiado faça uma recomendação de conduta a ser adotada em caso de efeitos adversos em voluntários durante testes para vacinas contra a Covid.

A afirmação foi feita pela deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) durante reunião nesta terça-feira (17) que discutiu a suspensão, pela Anvisa, de testes com a vacina chinesa Coronavac, no dia 9 de novembro, após a agência ser informada pelo Instituto Butantan da morte de um voluntário. A Anvisa autorizou a retomada dos testes no dia 11, depois de parecer do Comitê Independente Internacional. Para Zanotto, é importante que se discuta uma conduta que evite constrangimentos e inseguranças.

“Queria propor que a nossa comissão, nós pudéssemos construir uma recomendação, encaminhar para todos os órgãos competentes, uma conduta única com relação aos efeitos adversos. Quando se paralisa um procedimento é em função da segurança, é em função da magnitude do que nós estamos tratando. Esse tipo de comunicado, ou de temporalidade não respeitada, uma ligação telefônica muitas vezes evita o constrangimento da matéria na imprensa e a insegurança da população”, disse.

Vacinas em janeiro

No debate, o diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas, destacou que até o momento os estudos têm indicado um excelente perfil de segurança para a vacina. Ele informou que o Butantan está prestes a receber parte das vacinas prontas da China, e também a matéria prima que garantirá 46 milhões de doses em janeiro.

Segundo Dimas Covas, o relato enviado pelo instituto à Anvisa foi de um “evento adverso grave”, ocorrido mais de 25 dias após a aplicação da vacina, e não de uma reação adversa, ou seja, já se sabia que não haveria relação com a Coronavac. Covas reclamou ter tomado conhecimento da suspensão pela imprensa.

“Nós tomamos conhecimento pela imprensa de que o estudo havia sido interrompido. Nesse momento nós não tínhamos conhecimento de um ofício que a Anvisa colocou na caixa de mensagem do projeto, um ofício postado às 21h04, comunicando a suspensão. À noite, obviamente que não temos nenhum sistema de plantão pra ficar checando essa caixa de mensagem”, observou.

Isenção

Por outro lado, o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, ressaltou que quando ocorre um evento adverso grave, é importante um olhar isento para julgar se há ou não relação com a vacina. Ele relatou que a agência recebeu a notificação e não conseguiu identificar elementos que trouxessem confiança de que teria havido uma investigação profunda sobre o caso.

“Nós reunimos então esse grupo de especialistas que foi instituído aqui na gerência geral de medicamentos para avaliar a situação e verificar se existia alguma preocupação com o risco. E, devido à falta de informações, devido à dificuldade de ter claro que aquilo que aconteceu não estava relacionado à vacina e, principalmente, que não existia um olhar isento sobre esse fato, e esse olhar isento refletido numa manifestação do comitê independente, esse grupo de especialistas julgou prudente interromper não todo o estudo, mas interromper a vacinação”.

Ricardo Palacios, do Butantan, rebateu a ideia de que o comitê independente teria de ser chamado sempre. Segundo o pesquisador, o comitê é chamado apenas em casos de dúvidas.

Crítica ao presidente

Autora de requerimento para a realização do debate, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou a atuação da Anvisa.

“Bastava uma conversa com o Butantan pra que ficasse claro que não havia razão de suspender. E pior: acabou gerando por parte do chefe de Estado um comportamento que a sociedade reagiu de uma forma impactada. Um chefe de estado comemorando a morte de um voluntário e possível não vacina para o povo brasileiro porque era da China”, disse.

“Se foi equívoco ou não, não é importante. O importante é que foi corrigido, sanado as atividades, e prossegue. Eu vejo toda essa explanação, o que nos dá plena confiança nas instituições, na Anvisa, no Butantan, na Fiocruz. Eu vou tomar a primeira vacina que for aprovada pela Anvisa”, afirmou.

Para o representante do Ministério da Saúde no debate, Hélio Angotti Neto, a Anvisa agiu com responsabilidade na situação, tendo em vista o interesse público.

Agência Brasil/midiamax

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