sexta-feira, 19 abr 2024

Temporada de pesca volta com queda do movimento no Pantanal de Corumbá

Temporada de pesca volta com queda do movimento no Pantanal de Corumbá

01 março – 2021 | 12:12
Volume de reservas de barcos-hotéis neste início de temporada é apenas a metade dos anos anteriores

A pandemia do COVID 19 e a falta de um planejamento nacional de vacinação a médio prazo afetaram diretamente o início da temporada da pesca esportiva com cota em Corumbá, principal destino desse esporte aquático em Mato Grosso do Sul.

Dos 27 barcos-hotéis com estrutura para grandes grupos, apenas 12 sairão nesta primeira semana de março.

Segundo os empresários do setor, a presença de turistas de pesca em Corumbá neste primeiro semestre do ano deve chegar a 50% das reservas para o período em relação a 2019.

Muitos grupos, a maioria com a participação de pessoas idosas, estão mudando as datas das viagens para o meio do ano em diante, aguardando a tão esperada imunização.

“Esse início de temporada tem sido um ponto de interrogação”, afirma Joice Santana, que opera com três barcos-hotéis no Rio Paraguai.

“Nos reorganizamos para este ano, mas o turista ainda se sente inseguro, pela falta da vacina, e estamos apostando no segundo semestre”, complementa. “Estamos nos readaptando, não podemos perder o foco”.

FALTA ISCA VIVA

O que tem movimentado a cadeia do turismo em Corumbá é o boliviano. A cidade se tornou um centro de compras para o vizinho, estimulado pela alta do dólar, lotando hotéis e comprando à vista no comércio.

Mas em relação à pesca, o empresário Luiz Martins, dono de rede hoteleira e barco-hotel, está pessimista: a temporada vai começar devagar.

“Temos outro agravante, a falta de isca viva, que não se reproduziu por conta da seca no Pantanal”, aponta Martins. “Nosso turismo de pesca perdeu muito com a abertura de outros destinos; antes era só o Pantanal, a gente recebia 30 mil por ano, hoje são 10 mil. Houve muita pressão de pesca e o peixe sumiu. Hoje estamos recuperando o estoque e os clientes”, disse.

Enquanto os barcos-hotéis, com capacidade para 20 a 100 pessoas, operam com maior dificuldade neste início de temporada, pesqueiros e pousadas para pequenos grupos estão conseguindo clientela.

No Passo do Lontra, Albuquerque e Porto da Manga, em Corumbá, e em Porto Murtinho, a maioria das reservas foi mantida para este semestre.

OUTRA REALIDADE

No distrito de Albuquerque, distante 60 km de Corumbá e a 10 km da ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, mesmo com a notícia de pescaria farta, clientes antigos estão pré-agendando reservas a partir de junho, a espera da vacina.

“A partir de julho praticamente não temos mais vagas”, afirma

Átilla Lelis, do hotel e pousada Anhuma, que disponibiliza 70 leitos na beira do Rio Paraguai.

“Tivemos decoada [morte de peixes por falta e oxigênio na água] e agora reduziu a oferta de iscas. Mas o rio está bom para peixe, está saindo de tudo”, diz Lelis.

“A temporada será boa, os grupos com idosos remarcaram as reservas, porém estaremos recebendo desde março pescadores de São Paulo, Minas, Santa Catarina, Paraná e também do nosso Estado”, completa.

Em Porto Murtinho, região sudoeste do Estado, a pesca restrita a pequenos grupos ou familiar deve manter o fluxo de turistas em relação aos anos anteriores. Marco Aurélio Nunes, da Pousada do Pescador, relata que recebeu muitas reservas neste início de temporada.

“Não temos o que reclamar, o peixe está saindo e será um ano de recuperação”, comemora.

Silvio Andrade – Correio do Estado 

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