sexta-feira, 26 abr 2024

Soja: Brasil é capaz de armazenar apenas 72% da safra

Soja: Brasil é capaz de armazenar apenas 72% da safra

20 março – 2019 | 7:07

O Brasil é capaz de armazenar apenas 72% da safra, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dados da instituição comparam o total produzido na temporada 2017/2018, cerca de 225 milhões de toneladas, à estrutura de estocagem, estimada em 162 milhões de toneladas — déficit de 63 mi/t.

A projeção da Conab leva em consideração a armazenagem de cooperativas e iniciativas públicas e privadas, como fazendas e tradings. O diretor de operações e abastecimento da companhia, Fernando Fonseca, afirma que a estrutura não acompanhou o salto produtivo dos últimos anos.

“Hoje, grande parte da armazenagem está concentrada no Sul e Sudeste, enquanto que a fronteira agrícola tem crescido de forma significativa em direção ao norte do país”, complementa Fonseca.

O alto custo de investimento fez a sojicultora Sandra Cenci, do Distrito Federal, desistir de construir silos. Para guardar a produção, ela tem recorrido à cooperativa local. “Fica pelo tempo que necessitar. Para comercializar também é mais fácil, porque ficam controlando e fazem a venda para gente. Acho bastante cômodo”, conta.

Sem opção, alguns produtores acabam deixando os grãos a céu aberto durante períodos de supersafra. Exposta às variações climáticas, a produção estraga rapidamente.

A Conab reforça a necessidade do governo brasileiro fortalecer as políticas públicas de construção de armazéns, como feito em anos anteriores. “Em 2013, instituiu-se o Programa de Construção de Armazéns (PCA), justamente para melhorar esse cenário. Houve um ligeiro crescimento — hoje, cerca de 15% de capacidade instalada —, mas aquém do que se é considerado ideal”, afirma Fonseca.

Com poucas condições de armazenagem privada, o produtor pode optar pela estocagem compartilhada. Para quem teme desvios nos volumes guardados, a Conab traz certa qualidade: dos 770 armazéns credenciados, apenas um teve esse tipo de problema, no ano passado. “Isso é reflexo do trabalho de acompanhamento que está sendo feito”, diz o diretor administrativo, financeiro e de fiscalização da companhia, Waldenor Mariot.

Reportagem: André Anelli

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