quinta-feira, 25 abr 2024

Justiça manda prefeitura em MS tirar cobrança da taxa de lixo da conta de água

Justiça manda prefeitura em MS tirar cobrança da taxa de lixo da conta de água

20 março – 2019 | 9:09

O juiz substituto Diogo de Freitas determinou, em caráter liminar, que o município de Bataguassu, região leste de Mato Grosso do Sul, e a Empresa de Saneamento do Estado (Sanesul) suspendam a cobrança da taxa de lixo nas faturas de água. A multa diária é de R$ 1 mil até R$ 200 mil.

O prefeito Pedro Arlei Caravina (PSDB) disse ao G1 que vai recorrer da decisão porque alguns fatos apresentados pelo Ministério Público não condizem com a realidade de Bataguassu. Segundo o tucano, os moradores que quiserem receber a cobrança separada é preciso entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), mas que a Justiça quer o contrário, que o consumidor preencha o formulário se tiver interesse da cobrança na conta de água.

Além disso, Caravina explicou após a determinação para os municípios fecharem os lixões, todo lixo da cidade é levado para o aterro sanitário de Três Lagoas sob um custo de R$ 60 a 70 mil. A arrecadação, de acordo com o prefeito, é metade do valor e se tirar da conta de água a inadimplência tende a aumentar com o risco de reabrir o lixão de Bataguassu.

G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sanesul, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

A decisão foi tomada com base na ação civil pública proposta pelo promotor de justiça Wilson Canci Júnior que alega que o município e a Sanesul estão cobrando taxa de lixo atrelada à conta de água, sem autorização expressa do consumidor, o que configuraria uma cobrança abusiva e indevida.

O MP pede que seja concedida tutela provisória para proibir a cobrança conjunta sem código de barras em separado e sem concordância do consumidor, declarando-se abusivas e nulas de pleno direito, sob pena de multa diária de R$ 10 mil por cada evento danoso.

Capital

Em Campo Grande, a Câmara de Vereadores aprovou na última quinta-feira (23) o projeto de lei complementar apresentado pela prefeitura, que altera a cobrança da taxa de coleta, remoção e destinação do lixo na cidade. O tributo, que já é recolhido de forma linear no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), poderá ser arrecadado pela prefeitura em um carnê específico embutido nas contas de água e esgoto da concessionária responsável pelo serviço na cidade. O texto, com três emendas apresentadas pelos vereadores, segue agora para sanção do prefeito Marcos Trad (PSD).

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) já se mostrou contra a proposta. O procurador e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Consumidor (CAOCon), Aroldo José de Lima, poucos dias antes da aprovação, já havia orientado as promotorias a adotarem medidas para impedir que o município faça a cobrança casada da taxa de lixo, ou qualquer outra, nas contas de água ou de outros serviços, como energia e telefonia, sem a autorização expressa do consumidor.

Reportagem: Juliene Katayama

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